Mindfulness e EMDR? Conheça nossa programação Mindfulness

12 de março de 2018

Com o intuito de difundir novos conhecimentos sobre  Mindfulness, sua aplicação na Clínica e sua interação com o EMDR, entre psicólogos e médicos, o Espaço da Mente promoverá dois workshops sobre o tema. O primeiro acontecerá nos dias 19 e 20 de maio, com participação da pesquisadora em EMDR Claudete Milaré, enquanto o segundo acontecerá nos dias 24 e 25 de agosto, com cooperação da especialista estadunidense em Mindfulness Jammie Marich.

Os treinamentos têm como principal público-alvo médicos e psicólogos que se interessem nas abordagens clínicas apresentadas. Os eventos acontecerão na sede do Espaço da Mente. Você pode se inscrever no treinamento de Milaré neste link e no de Marich neste link. Como o conteúdo de ambos workshops são complementares, aqueles que se inscreverem no primeiro ganharão 25% de desconto no segundo, o valor total pode ser parcelado em até seis vezes. Para conhecer mais sobre os currículos das convidadas e a programação dos eventos, clique aqui e aqui, respectivamente.

O texto abaixo, de Lena Franklin*, ajuda a entender como o Mindfulness auxilia em casos de pacientes com algum transtorno alimentar.

 

O ​Mindfulness ​e os transtornos alimentares

É um desafio para qualquer pessoa permanecer no tempo presente. A nossa constante atividade nas mídias sociais, o fluxo diário de notícias e o planejamento constante para o futuro são fatores que contribuem para as distrações onipresentes nos dias de hoje. Para aqueles que sofrem de distúrbios alimentares não é diferente.

Um modelo mental comparativo seria o de distrações incapacitantes que nos impedem de viver aqui e agora. Julgamos e comparamos o nosso passado o tempo todo e até mesmo o nosso futuro. É por isso que, para os que sofrem de um transtorno alimentar, cultivar o Mindfulness pode ser um caminho de vida necessário para evitar a autodestruição.

Para aqueles com anorexia, bulimia ou transtorno de compulsão alimentar, pensamentos destrutivos sobre a imagem do corpo, a ingestão calórica e o peso tornam-se constantes. Esses padrões de ideias negativas impedem momentos alegres e significativos no presente. A vida só pode se desenvolver no agora. Assim, quando nossas mentes estão direcionadas apenas para o desejo de que nosso peso ou corpo sejam diferentes, estamos perpetuamente insatisfeitos. Essa insatisfação é a fonte de todos os males.

Como quebrar esse ciclo? Mindfulness. Um estudo da Eastern Washington University sugere que usar a atenção plena como abordagem de tratamento é eficaz, já que os transtornos alimentares estão associados ao perfeccionismo, ao controle e ao excesso de autocrítica. Em essência, se podemos mudar nosso relacionamento com os nossos pensamentos, podemos começar a curar nosso relacionamento com nós mesmos – o que inclui nosso corpo.

Aqui estão três pontos que mostram a eficácia do Mindfulness em ajudar casos de transtornos alimentares:

1. ​Mindfulness ​ajuda você a identificar disparadores no momento.

Quando estamos sozinhos, apenas acompanhados por nós mesmos e pelo ambiente que nos cerca, começamos a perceber o relacionamento que temos com os disparadores ambientais. Por exemplo, perguntar: “O que está alimentando essa autodestruição?” pode ser uma peça poderosa de autoquestionamento para quem sofre de distúrbios alimentares.

Os disparadores ambientais podem incluir: ver imagens de modelos magras na mídia, um relacionamento interpessoal desafiador ou estar exposto a alimentos específicos. Os disparadores internos podem ser modos padrões de pensamento negativo ou sistemas de crenças antigos.

Quanto mais conseguirmos conhecer os disparadores internos e externos, mais oportunidades temos de curar e mudar nosso relacionamento com a vida. A consciência plena é o primeiro passo para a transformação. As técnicas de Mindfulness que nos ajudam a iluminar a luz da consciência sobre nossos disparadores incluem a meditação diária, um diário pessoal e a pausa em momentos de desequilíbrio emocional – afinal, essa pausa cria espaço para que ações mais saudáveis ocorram, como a respiração consciente ou a mudança ativa de padrões de pensamento.

2. Observar os pensamentos ajudará a fazer amizade com seu crítico interno.

Nosso crítico interno constantemente nos diz que nunca seremos bons o suficiente até que nós, por exemplo, cheguemos a ter um peso ou uma imagem corporal específica. As críticas internas alimentam o vício do perfeccionismo e o apego a comportamentos mal adaptativos, como comer em demasia. É fácil negar esse crítico interno agressivo, mas praticar a auto-compaixão é o antídoto mais forte.

O que é a auto-compaixão, afinal? É o sentimento que surge quando você reconhece o próprio sofrimento com um coração amável e sem julgamento. Kristen Neff, um pesquisador de auto-compaixão, fala sobre a compaixão de si mesmo como uma maneira de mudar de auto-julgamento para auto-bondade.

A auto-compaixão envolve abordar fracassos percebidos e momentos de sofrimento com gentileza. A auto-compaixão pode nos ensinar a beleza de nossas imperfeições quando começamos a nos apropriar de nossa totalidade inata como indivíduos. Para aqueles que sofrem de transtornos alimentares, praticar essa bondade e compaixão voltada para si mesmo é um componente essencial da cura e recuperação.

3. A meditação estimula bom humor.

A neurociência mostra agora o que os iogues e os meditadores antigos conhecem há séculos – que a cura acontece através do corpo, utilizando a calma e o silêncio. Dr. Anne Fabiny, ex-redatora chefe da Harvard Women’s Health, explica que meditação pode ser tão eficaz quanto antidepressivos.

Os padrões de pensamento negativo associados a distúrbios alimentares podem causar estragos em nossos estados de humor, resultando em sintomas depressivos. A meditação cultiva uma mente que pode encontrar-se, mesmo que perca o caminho. Por exemplo, quando surge um pensamento de auto-ódio, podemos observar o pensamento sem apego ou reatividade – e, em seguida, permitir que ele organicamente flua de nossa consciência.

Esse poder de presença é fortalecido através da meditação sentada. Apenas 10 minutos por dia podem trazer enormes benefícios, trazendo consciência aos padrões de ideias e dando-nos a perspectiva de que pensamentos são experiências reais não necessariamente baseadas na verdade.

O Mindfulness nos oferece um portal através do qual podemos desencadear nosso poder interno de cura e sinergia entre nossa mente e corpo. Lembre-se: momento a momento, podemos mudar nosso relacionamento com a mente, o corpo e o coração, entrando em uma vida cheia de alegria.

Traduzido de mindbodygreen.com

* Lena Franklin é graduada em Psicologia pela Universidade da Georgia e especialista em treinamentos para Mindfulness. Ela escreve mais sobre a técnica clínica em seu blog Mindful Healing.