Transtorno Alimentar na Infância

18 de janeiro de 2017

Identificar crianças com risco de transtorno alimentar é chave para salvar vidas
(Estudo sobre eventos adverso de infância relevante para a prática do EMDR)

Uma equipe da Newcastle University identificou que meninas e meninos com mais sintomas de transtorno alimentar aos 9 anos apresentava mais sintomas aos 12.

Um novo estudo publicado no periódico, Appetite, revela a necessidade de tratar de problemas relativos a transtornos alimentares o mais cedo possível para evitar que as crianças desenvolvam essa doença potencialmente letal.

O estudo que durou 6 anos identificou 3 áreas que os pais, professores e médicos devem ficar atentos quando tentam detector e ajudar crianças com risco desse transtorno de saúde mental. Esses fatores são: meninos e meninas com insatisfação corporal, meninas com sintomas depressivos e meninos/ meninas que tiveram sintomas em um estágio mais precoce.

Acredita-se que essa pesquisa pode ajudar a pavimentar o caminho para intervenções precoces que ajudam pacientes jovens a lidar com seu transtorno alimentar.

A pesquisadora Dra. Elizabeth Evans no Newcastle University’s Institute of Health and Society, conduziu o estudo: “Essa pesquisa não foi sobre a investigação do próprio transtorno alimentar; em vez disso investigamos os fatores de risco para o desenvolvimento de sintomas precoces de transtorno alimentar. A maioria do trabalho prévio com crianças e púberes focalizou apenas os sintomas em um momento, de modo que não se pode dizer quais fatores precedem outros. Nossa pesquisa foi diferente ao focarmos especificamente nos fatores relacionados ao desenvolvimento de sintomas de transtorno alimentar para identificar crianças com maior risco. Os resultados sugerem a necessidade de detectar sintomas de transtornos alimentares o quanto antes, já que um nível mais elevado de sintomas aos 9 anos de idade foi o fator de mais risco para nível mais elevado de sintomas aos 12”.

Transtornos alimentares são raros aos 9 anos de idade (1,64 por 100,000), mas bem mais prevalente aos 12 (9,51 por 100,000). A idade mais comum para hospitalização é de 15 anos de idade tanto para meninas quanto para meninos.
Muito mais crianças apresentam sintomas, mas não desenvolvem o transtorno em sua íntegra. Sintomas podem ser dieta rígida, surtos de comida, induzir o vômito após comer e altos níveis de ansiedade ante o risco de ficar gordo ou de ganhar peso. Transtornos alimentares são sérios e podem ser fatais.

Para a pesquisa, crianças de um grupo acompanhado desde o nascimento, o Gateshead Millennium Study, completaram questionários sobre seus sintomas de transtorno alimentar, sentimentos depressivos e insatisfação com o corpo quando tinham 7, 9 e 12 anos.

A pesquisa destaca que alguns fatores de risco precede os sintomas do transtorno, e outros ocorrem ao mesmo tempo.

Aos 12, meninos e meninas que estão mais insatisfeitos com seus corpos apresentam o maior número de sintomas de transtornos alimentares. Insatisfação corporal é um indicador importante para risco mais elevado do transtorno.

Meninas com sintomas depressivos aos 12 anos também apresentam mais sintomas de transtornos alimentares. Essa relação não era vista em meninos.

O estudo tem sido acompanhado pela repetição de questionários com o mesmo grupo de crianças, agora aos 15 anos de idade. Isso irá permitir aos pesquisadores acessar o que houve em seguida para os jovens que apresentavam mais transtorno alimentar aos 12.

Dr Evans conclui: “Estudos futuros que fizermos irão investigar se nossos achados com adolescentes jovens se mantêm para adolescentes mais velhos, ou se conseguimos detectar outros fatores de risco. Ambas as possibilidades irão informar nossos esforços para promover e tomar como alvo a prevenção precoce de transtornos alimentares”.

Vale lembrar que esse tema ligado à alimentação foi a base para o estudo ACE (Eventos Adversos de Infância), abordado em nosso curso presencial de Transmissão Transgeracional de Traumas, e o quanto a vivência traumática precoce pode ter repercussões prejudiciais não somente na vida emocional, como também na saúde física de adultos. O reprocessamento desses eventos adversos de infância pode ser determinante para a proteção dos pacientes contra o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Clique aqui para acessar o artigo na íntegra

Tradução pela equipe do Espaço da Mente

Deixe uma resposta