A Felicidade e a Conectividade Cerebral

10 de julho de 2016

Pessoas mais felizes demonstram ter maior conectividade cerebral quando processam informações negativas auto referentes

Essa constatação foi feita a partir de um estudo recente publicado em fevereiro em Plos One. O resultado da investigação aponta para um processo ativo no cérebro, envolvendo o córtex pré-frontal medial dorsal, que é relacionado com a regulação efetiva da informação emocional negativa.

A satisfação de viver, frequentemente usada como uma medida de felicidade, tem sido associada a um grande número de fatores significativos, incluindo melhor adaptação a feedback pessoal negativo e mais pensamentos positivos auto referentes. Portanto, é importante entender como a satisfação de viver influencia a atividade cerebral.

As pesquisas têm revelado que informações auto referentes promovem uma atividade cerebral específica, por exemplo: olhar o próprio rosto produz uma atividade diferente daquela provocada por outros rostos.

Além disso, recentemente foi sugerido que a atividade no córtex pré-frontal medial dorsal, que se encontra na parte superior do cérebro, pode refletir esforços para reduzir emoções negativas relacionadas, auto referentes.

O estudo conduzido por Eun Joo Kim, da Universidade Yonsei de Seul, incluiu 40 participantes que completaram um questionário para mensurar a satisfação de viver (19 tinham alta satisfação; 21 tinham baixa satisfação). Seus cérebros foram escaneados com o uso de ressonância magnética, enquanto eles desempenhavam a tarefa de valorar a relação de rostos com palavras. A tarefa consistia em três tipos de rostos – seu próprio rosto, rostos famosos e rostos não familiares; e três tipos de palavras – positiva, negativa e neutra.

Eles observaram que indivíduos com baixa satisfação de vida tinham uma atividade maior no córtex pré-frontal medial dorsal quando respondiam a palavras positivas. Essas pessoas também davam notas baixas para a associação entre sua própria face e palavras positivas. Argumentou-se que essa atividade cerebral reflete um conflito entre uma crença negativa sobre ele mesmo e a emoção positiva da palavra. Em contraste, indivíduos com alta satisfação de viver mostraram mais alta atividade quando respondiam a palavras negativas, que foi atribuída ao fato de eles efetivamente regularem as informações emocionais negativas.

A atividade cerebral em pessoas com alto nível de satisfação com a vida também está altamente conectada a outras regiões do cérebro associadas à regulação das emoções (a amígdala e a ínsula). Os pesquisadores argumentaram que esses resultados corroboram a hipótese de sensibilidade mais baixa para a informação negativa ser um processo ativo no cérebro. O estudo demonstra que as informações emocionais auto referentes efetivamente reguladas são uma base para alta satisfação de viver e produz alto nível de felicidade. Isso pode ser relevante para o contexto educacional, já que sugere que o feedback negativo para indivíduos com baixo nível de satisfação deve ser abordado com sensibilidade de cuidado.

Traduzido pelo Espaço da Mente a partir do original publicado no Psypost por Daniel Reed on July 3, 2016.

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