Engarrafamentos Cerebrais Podem Causar Doenças

13 de agosto de 2018

Um novo estudo revela que rotas de transporte interrompidas em células nervosas são uma causa significativa da doença de Parkinson.

“Engarrafamentos” podem ocorrer no cérebro e podem ser prejudiciais. Pesquisadores da Friedrich-Alexander-Universität de Erlangen-Nürnberg (FAU) puderam confirmar que este é o caso. Eles foram capazes de provar que rotas de transporte interrompidas em células nervosas são uma causa significativa da doença de Parkinson.

As fibras nervosas dão às células nervosas sua forma longa. Medindo até um metro de comprimento, elas formam os pontos de contato com outras células nervosas. Para realizar a importante tarefa de comunicar-se com outras células nervosas, os finos ramos dessas fibras nervosas e suas extremidades, chamadas sinapses, devem receber regularmente energia do corpo celular. Se esse suprimento de energia for interrompido, as sinapses serão destruídas. As conexões entre as células nervosas são então interrompidas, o que pode levar as células a morrerem. Esse processo é um fator comum no desenvolvimento de distúrbios cerebrais, como a doença de Parkinson.

Não está claro quais mecanismos são responsáveis ​​pela perda de células nervosas no Parkinson. Pesquisadores da FAU, liderados pelo Dr. Iryna Prots e Prof. Dr. Beate Winner do Departamento de Biologia de Células-Tronco, em conjunto com pesquisadores do Departamento de Neurologia Molecular (Janina Grosch, chefe: Prof. Dr. Jürgen Winkler) conseguiram demonstrar que um tipo de ‘engarrafamento’ nas células nervosas poderia ser a causa.

Os pesquisadores descobriram que o engarrafamento é desencadeado por uma proteína chamada alfa-sinucleína, que também é encontrada em células nervosas saudáveis. Em células nervosas anormais, a proteína forma depósitos, ou mesmo grumos, levando a um atraso, interrompendo o suprimento de energia das fibras nervosas e, em última análise, danificando as sinapses.

Os pesquisadores também puderam demonstrar esse mecanismo em culturas de células de pacientes com Parkinson. Uma pequena amostra de pele foi retirada dos pacientes afetados. Estas células da pele foram então convertidas em células estaminais, que podem ser desenvolvidas em qualquer tipo de célula e, neste caso, em células nervosas.

Em ensaios iniciais, os pesquisadores conseguiram suprimir a formação de grumos de alfa-sinucleína, melhorando assim o transporte de informações nas fibras nervosas. No entanto, a substância que eles usaram ainda não passou em ensaios clínicos, mas o principal autor do estudo, Dr. Iryna Prots, diz: “Nossas descobertas significam que podemos melhorar nossa compreensão dos mecanismos que causam o Parkinson e impulsionar novas estratégias de tratamento durante a progressão da doença”.

Fonte: University of Erlangen-Nuremberg.