10 sinais de apego a um passado negativo

9 de outubro de 2014

Você consegue dizer em voz alta? Estou emocionalmente apegado à negatividade no do meu passado. Esse apego interfere sim com minha vida adulta atual. Ainda me lembro, há 25 anos quando comecei a fazer terapia pela primeira vez. Entrevistei vários terapeutas e concordei em fazer o tratamento mediante uma condição: – Que nós não falaríamos de meu passado. Dá para imaginar? Um terapeuta perguntou;: “E se seu passado estiver afetando sua vida hoje?” “E se não estiver?” Respondi na hora. “Então teremos apenas desperdiçado meu tempo falando sobre algo que não importa. Ou Você é ou não é capaz de me ajudar a me sentir melhor. Então, você pode?” Ele abriu mão dessa oportunidade. Eu tinha 23 anos de idade, de modo que a minha reação foi compreensível. Na verdade, em termos de desenvolvimento, faz sentido alguém com 20 e poucos querer se distanciar do passado e meter as caras no futuro. À medida que envelhecemos, mais experientes e mais estabelecidos na vida adulta, torna-se importante para a maioria das pessoas parar de negar o impacto do passado e realmente aprender a soltá-lo, a deixá-lo em seu devido lugar. Você não pode deixar para trás aquilo que você não sabe que carrega!! Logo, vamos dar uma olhada nos sinais de um passado que ainda nos assombram no presente. Aqui seguem uns 10 sinais que mostram se você está aprisionado à negatividade de seu passado:

  1. Você não fala sobre ele. Se você está ok com lembranças positivas ou negativas provenientes do seu passado, se você não se importa de falar a respeito, claro desde que no lugar e no momento apropriados. Seu parceiro amoroso, seu terapeuta, seus bons amigos e os parentes que realmente se importam com você … essas são todas as pessoas com quem você compartilharia seu passado e as lições aprendidas com ele;

  2. Você sente aqueles sentimentos antigos, já conhecidos. Sentimentos vagos de dor e de pesar; o ressentimento e o medo ainda assombram as pessoas apegadas ao passado. Esses sentimentos não resolvidos podem aparecer a qualquer momento, em resposta a uma situação externa ou a partir de seus próprios pensamentos. Para mim, havia um sentimento contínuo de desconforto enauseante em minhas vísceras, como se algo estivesse prestes a dar errado, sem parar. Não importava o quão bem-sucedido eu fosse, ainda assim eu sentia essa inquietude praticamente o tempo todo. Às vezes é como se um alien estivesse pronto para sair de dentro de mim. Você talvez esteja familiarizado com esses sentimentos, se tiverem feito companhia há muito, muito tempo. Eles não vão embora, a não ser que você se confronte emocionalmente com esse passado, que o passe a limpo;

  3. Você não consegue ser você mesmo perto de sua família de origem. Quando você visita sua família, você se segura para não mostrar quem é, de modo a se conformar às expectativas antigas da família. Isso pode envolver permanecer quieto, agir de modo artificial, ou evitar tópicos sobre os quais você normalmente gostaria de falar. O resumo é que você age de jeito diferente do seu usual. Esse é um sinal de que você se conforma às velhas expectativas, normalmente por medo de críticas, de desaprovação ou pelo receio de ser ridicularizado;

  4. Você tem receio de ser desaprovado, em geral. Às vezes a desaprovação familiar se generaliza. Quando isso acontece, você projeta seu medo de desagradar em outras pessoas; amigos, parceiros ou até mesmo de em estranhos. Esse medo geral de desaprovação tem raízes na dinâmica da família de origem;

  5. Você reage com seus filhos do jeito como seus pais reagiam com você. É extremamente comum que tratemos nossos filhos de modo negativo, semelhante ao que fomos tratados no passado. Surpreendentemente, podemos até mesmo reconhecer isso quando acontece, saber que está errado e nos prometermos que isso não vai se repetir, mas ainda assim o fazemos. Isso é o quão influente o passado pode ser;

  6. Você se casou com seu pai ou sua mãe, às vezes com uma mistura dos dois! Com muita frequência as pessoas se casam com parceiros muito semelhantes no temperamento a um ou a ambos os pais. Se papai era emocionalmente indisponível, a mulher jovem se casa com um homem com pouca disponibilidade emocional. Se mamãe era distante e crítica, o homem jovem se casa com uma mulher fria e que reclama de tudo. Esses são sinais de que você ainda está tentando resolver uma velha situação familiar por meio de sua vida atual. Como é comum justificarmos essa escolha afetiva quando nos dizemos: “Sei que posso mudá-la”;

  7. Você reprime as emoções. Seres humanos são criaturas emocionais por natureza. Quando essas emoções são desconfortáveis, tendemos a bloquear sua expressão, pensando que dessa maneira podemos evitar a dor. Essa estratégia pode dar para trás. Ao reprimir/recalcar as emoções, você se dependura nelas. Quando e se você chega a expressá-las integralmente, em seguida é mais fácil deixá-las para trás. Negar, ignorar e reprimir emoções negativas cria um apego a essas emoções, por meio do receio de soltá-las e elas se nos descontrolarem;

  8. Você não consegue controlar seus impulsos. Impulsos derivam das emoções. São as tentativas de controlar o que se sente por meio de alguma ação. Quando as emoções estão logo abaixo da superfície, ainda assim reagimos a elas. Isso equivale e andar pelo mundo carregando um tanque de combustível à espera de uma faísca. Reações com perda de controle, ansiedade e outras reações impulsivas resultam de emoções não resolvidas. Isso nos leva a tomar decisões precipitadas e a engajar em comportamentos compulsivos (drogas, álcool, comida, compras, internet, pornografia, relacionamentos de dependência) dos quais nos arrependeremos no futuro;

  9. Você se sente de algum modo limitado, mas não consegue explicar o porquê. Quando a família de origem nos sobrecarrega física, econômica ou e emocionalmente, às vezes estabelecemos regras rígidas para nós mesmos, de modo a reduzir a mistura com eles e com as histórias deles. “Nunca vou me divorciar, não importa o que aconteça; nunca falarei diante de um grupo; ninguém é confiável; vou sempre ficar na minha; tenho que levar uma vida segura, sem nenhum risco”. Queremos que esses princípios nos protejam, mas podem ceifar as melhores oportunidades de nossas vidas adultas, inclusive as mais saudáveis. Essas regras podem determinar nossas escolhas, não importando se estamos ou não conscientes delas;

  10. Você repete a mesma falha várias vezes. Repetir os mesmos erros é um sinal de apego ao negativo. Cometer o mesmo equívoco e o mesmo engano na tomada de decisões é uma bandeira vermelha que sinaliza a presença de algo negativo de sua história pessoal ainda influenciando suas escolhas, te puxando para esse buraco. Você precisa continuar a reviver esse passado na tentativa de se curar-se? O processo de cura do passado é gradativo. Afinal, é faz muito tempo! É fundamental que você reconheça a influência negativa desse passado e como ele ainda causa efeitos na vida atual. Às vezes a conscientização auxilia na procura por novas opções. No entanto, na maioria dos casos somente com o auxílio de outra pessoa, alguém mais neutro em relação a esses temas, é que conseguimos viabilizar a ressignificação desse passado, de modo que ele possa ficar realmente em seu devido lugar. Sair da negação sobre os efeitos do passado é um grande obstáculo que pode ser vencido. Não deixe que a recusa nesse reconhecimento limite suas opções de vida presente e futura. Escolha um profissional que tenha conhecimento técnico e vivência clínica para lidar com esses assuntos.

  11. Mike Bundrant é autor do livro: Your Achilles Eel: Discover and Overcome the Hidden Cause of Negative Emotions, Bad Decisions and Self-Sabotage.

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