A ansiedade é um dos fenômenos clínicos mais presentes na atualidade e, ao mesmo tempo, um dos mais complexos. O Espaço da Mente reuniu trechos de uma conversa entre André Monteiro, PhD, e a Dra. Maria Cecília Freitas, psiquiatra e pesquisadora, destacando pontos fundamentais para compreender e manejar a ansiedade no contexto clínico.

1. Crises ansiosas e o papel do desfocar

Na crise de ansiedade, os sintomas somáticos podem se intensificar — taquicardia, falta de ar, irracionalidade. A Dra. Maria Cecília destaca que uma das medidas mais eficazes nesses momentos é desfocar: mudar a atenção, conversar com alguém, tirar o foco do sintoma interno.

2. Ansiedade, perfeccionismo e resistência ao tratamento

Muitos pacientes tentam controlar a ansiedade de forma rígida, retirando alimentos, monitorando o sono de forma obsessiva, tornando-se cada vez mais perfeccionistas. Apesar das boas intenções, esse comportamento pode intensificar o estresse. É preciso equilibrar medidas não farmacológicas, autocuidado e, quando necessário, tratamento clínico.

3. O impacto somático da ansiedade e o encadeamento de doenças crônicas

A ansiedade, quando mantida em níveis elevados, pode favorecer alterações somáticas e contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de doenças crônicas. A compreensão desse encadeamento é essencial para que profissionais de saúde mental integrem o cuidado físico e emocional em seus atendimentos.

4. Pets como recurso no manejo da ansiedade

A interação com animais de estimação pode aumentar níveis de ocitocina, promovendo prazer e bem-estar. Estudos mostram benefícios especialmente em quadros de depressão, mas também em ansiedade. Passear ou brincar com um pet favorece a presença, reduz a aceleração da vida cotidiana e funciona como um recurso complementar de autorregulação.

Formação continuada para profissionais

Essas reflexões fazem parte do curso Ansiedade – Atualizações na Prática Clínica, conduzido pela Dra. Maria Cecília, que aprofunda os temas mais atuais sobre a fisiopatologia da ansiedade, diagnóstico segundo DSM-5 e CID-11, e estratégias terapêuticas baseadas em evidências.

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